27.1.06

Mozart - Concurso de clichés

Como é do conhecimento geral, quando a gente escreve nos jornais sobre música clássica usa sempre uma linguagem diferente, de preferência para mostrar a todos os outros o quanto arrebatados estamos e também o êxtase em que ficámos só por podermos escrever sobre aquilo. A propósito do ducentésimo quinquagésimo aniversário do nascimento de Mozart, que se comemora hoje, coleccionámos um conjunto de maravilhosos clichés retirados dos nossos jornais online que quase nos fizeram vir logo de manhã:

- "Mozart, o maior compositor de todos os tempos!"
- "Peço desculpa mas nunca há o maior em nada, embora este seja um dos meus favoritos..O todo é um conjunto de partes."
- "Mozart conseguiu como ninguém juntar simplicidade, hecatombe existencial e sentimental nas suas composições."
- "O seu Genial âmbito criativo prevalece independentemente da forma musical que utilizasse, seja sinfonia, concerto, opera,…não mais o compositor necessitará de se metamorfosear para agradar a forma…antes ao contrario…"
- "Não é quantificável, à semelhança de um Leonardo da Vinci ou Miguel Ângelo o contributo de Mozart pela simples razão de este não apenas trabalhar a música mas também por ser a música."
- "Mas essa não é uma música para o povo português, esta é só para uma elite privilegiada....Não me queiram mal..."
- "A música de Mozart, não apenas como o seu nome Theophilus ("Amado de Deus") pressagiaria, roça o divino."
- "Quando forem 20h, a suposta hora do nascimento do músico, os sinos das igrejas tocarão a rebate e simultaneamente um espectáculo de laser dará os parabéns a Mozart, ou melhor, um universal happy birthday. "
- "Mas terá Mozart acaso necessidade de um enésimo aniversário para ser redescoberto ou celebrado?... "
- "Seria, por isso, porventura melhor experimentar fazer um pouco de silêncio e tentar concentrarmo-nos numa audição contemplativa, dirigida, selectiva. Uma audição que saiba descobrir aquelas particularidades da música de Mozart. "
- "Mozart está para a música assim como Dostoievsky está para a literatura".
- "Não é verdade que ele tenha sido considerado louco... só se a genialidade couber numa categoria qualquer de loucura!"
- "Enquanto existir humanidade, Mozart será sempre um dos grandes!"
- "A música faz parte da vida dos austríacos."
- "Morreu desconhecido, na mais extrema miséria e foi enterrado em vala comum!"
- "Adoro Mozart!"
- "Um dos maiores génios de sempre."

Se alguém conseguir arranjar um cliché melhor que se chegue a frente. As tias e os betinhos estão fora do concurso porque são graduados nisto.

11 comentários:

Anónimo disse...

MOZART É PANELEIRO

Anónimo disse...

De facto, é bom celebrar o nascimento de uma criatura como o Wolfgang. Definitivamente contribuiu para a divulgação da música no seu tempo. Contudo, e ao contrário de muitos outros músicos que o precederam, caso de Ludwig van Bethoven, Mozart não inovou,limitou-se simplesmente a utilizar, de uma forma brilhante, os "instrumentos" que já existiam. Os resultados foram, em muitos casos, obras primas para a música erudita. Tal como a abertura da "Flauta Mágica".

Apesar de não ter inovado ou de ter a estrelinha de génio do grande Bethoven, tinha um bom ouvido e uma capacidade metafisica ipersensorial para criar melodias, que passados 250 anos ainda as celebramos.

Anónimo disse...

Este anonymous está com algum problema?????!!!!

carlopod disse...

o anonymous é do Porto, talvez seja essa a explicação ;-)

carlopod disse...

p.s. muito boa, essa de que o mozart tinha melhor ouvido que o beethoven :-D

p.s. (2) não me diga o forest que anda a estudar a flauta mágica!...........

Anónimo disse...

Não eu não lhe digo.

Anónimo disse...

estou sem palavras. precisava da tal flauta mágica para arribar. que truques é que ela faz? I need something new que me mostre coisas que eu nem sabia que existiam.

Anónimo disse...

O ANONYMOUS É PANELEIRO

Anónimo disse...

MOZART JÁ MORREU

Anónimo disse...

Mas será possível que a única obra que os gays em geral apreciam em Mozart seja a Flauta Mágica??

Anónimo disse...

eu odeio mozart. mozart é, ele mesmo, o cliché, a banalidade. os gays têm sempre um fraquinho por pífaros, sejam eles mágicos ou não, o que importa é que sejam grandes. sabiam que o mozart tinha "um corpo de sonho"?