3.5.06
No te entiendo, Matthew
«Drawing Restraint 9, a film by Matthew Barney with a soundtrack composed by Björk, represents the first creative collaboration of two of the most protean, dynamic forces in music and fine art».
(do website da Bjork)
O Fórum Lisboa estava pejado de Matthew Barneys e Bjorks, preparados com devoção religiosa para o martírio de 135 minutos que iria ser a projecção em ante-estreia nacional de "Drawing Restraint 9". Cá fora, muitos outros Matthew Barneys e Bjorks não disfarçavam a depressão profunda em que acabavam de entrar por não terem conseguido bilhete.
Foi neste ambiente que eu e o meu amigo, boçal como eu, entrámos no cinema, com um pacote de pipocas e com a satisfação sádica de quem sabia de antemão que ía desperdiçar tão precioso bilhete para sair da sala ao fim de vinte minutos.
As minhas únicas experiências de Matthew Barney tinham sido dois Cremaster. O suficiente para saber que ele não é obviamente um realizador de cinema, é um "artista conceptual moderno", o que significa que os seus trabalhos são sobretudo masturbatórios, virados para a sua satisfação pessoal. Com este estatuto de artista, ele consegue fazer um grande negócio, porque põe à venda essas experiências masturbatórias com a máquina de filmar como se se tratasse de peças de “arte fina”, traduzindo literalmente a expressão que encontrei no modesto site da Bjork.
Vinte minutos foi muito. Dois minutos de “Drawing Restraint 9” são suficientes para perceber que, em relação aos Cremaster, isto ía ser mais do mesmo: um filme monumentalmente aborrecido, artsy-fartsy, pseudo-intelectual e sem sentido nenhum. Não dava para perceber a linguagem, o que é normalmente mais um sinal de pretensiosismo masturbatório. Era mesmo o filme mais pretensioso que já vi: explorando escandalosamente as sensibilidades artísticas mais em voga, como a moda do Japão e dos japoneses (que grassa cá desde que a Bica do Sapato abriu o sushi bar) e aproveitando a coincidência maravilhosa de a Bjork ter olhos em bico, o pretensiosismo vai mais longe e chega ao cúmulo de fazer integrar na música da Bjork um tradicional instrumento musical japonês, chamado sho, que faz com que a banda sonora resulte num “pastiche” inaudível. Em suma, temos um filme penosamente longo e chato, sem diálogos, sem emoção, obcecado com a moda do Japão e com a mostra de algumas imagens plasticamente bonitas mas que não trazem sentido nem profundidade alguma ao filme.
O que Matthew Barney e Bjork têm em comum é mesmo que são os dois horrivelmente snobs e pretensiosos (pelo menos só se estraga um lar). E a culpa é dele, ela antes não era assim. Foi-se estragando e deixámos de a poder suportar. Eu pessoalmente odiei o papel dela em “Dancer in the dark” e depois do último álbum fiquei farto dela até à “Medulla” (perdoem o cliché, mas é irresistível).
Gostava muito que os nossos leitores também horrivelmente pretensiosos que gostam do Matthew Barney me conseguissem explicar porque é que gostam dele. Até agora as respostas que tive mais brilhantes, quando o assunto do homem veio à baila, foram as seguintes: “ele faz coisas maravilhosas”; ou “ele é freaky, explora fetiches sexuais, é subversivo”; e a melhor de todas “a arte fala por si”. Tão claros como o próprio Barney. E, já agora, úma vez que só vi vinte minutos do filme, peço-lhes que me contem a história (esta é mazinha, eu sei…). Por fim, que me digam também se têm vontade de ver (pelo menos) mais 8 “Drawing Restraints”.
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29 comentários:
as wannabes de Bjork iam vestidas de ganso?
Com os quimicos correctos é um filme maravilhoso.
Comendo um nigiri-sushi de fugu antes do filme garantirá dores, que não só o manterão acordado durante o filme, como em comparação, o farão parecer maravilhoso (não confundir com o fungo do sushi da Bica do Sapato porque esse só garante uma desculpa para sair a correr).
Outra alternativa é beber sake suficiente e passar o filme a dormitar, é garantido que o filme a 24 fotogramas por hora tem outra intensidade.
É isto que me faz gostar de ti. És de uma polidez de que eu sou incapaz.
Diz mais! Diz mais! Grosseria, queremos grosseria!
eu, por outro lado, teria uma outra história para contar. Personagem 1: "mas o que tem o Matthew Barney a ver com o filme? Personagem 2: "bem, no fundo é o realizador." Sessão de gritos. Nãoooooooooo...mas não me vou armar em alforreca, o meu novo alter-ego da semana.
não resisto. tenho imensa curiosidade de saber que mente brilhante terá dito: “ele é freaky, explora fetiches sexuais, é subversivo”. fico sempre indeciso se a pessoa está a ser irónica ou é só um "ganda maluko". é freaky porque é atrasado mental; pelo menos metade do planeta explora fetiches sexuais e outra metade tem a capacidade da subversão. e daí? não seremos todos é tão estilosos. felizmente. style sucks.
proponho um exercício também ele freaky, parafílico e subversivo: o que há em comum entre o casal barney/bjork e o casal armando gama / valentina torres. não vale utilizar conceitos parolos de nacionalidade. apenas conceitos de arte fina.
já vi que afiou a lâmina hoje.
Que insensibilidade artística.
O filme é mesmo muito chato, assim como os 5 Cremaster que são uma seca tremenda. Contudo, não tenhamos ilusões o rapaz é um bom artista, original, pragmático e sedutor e é certo que será de estudo obrigatório na história da arte.
gosto tanto destas frases lapidares: estudo obrigatório na história da arte. faz-me sempre lembrar aquelas interessantíssimas frases que se dizem nos centenários da morte de alguém: o maior escritor do século XX, o maior compositor de todos os tempos... claro que isto é aplicado a todo e qualquer ser desde que morto. se o barney é um bom artista, os peidos do bill viola merecem o louvre.
pois só digo que fiquei com uma vontade imensa de ver o filme! infelizmente, tem mais de duas horas, o que me parece tempo de mais para fazer o download cerebral de tamanha obra de arte. infelizmente, como parte integrante e íntegra do jetset intelectual da Big Lettuce, sou obrigado a ir ver, sob risco de deixar de ser aceite nos círculos mais in, fixes e tásse. lá terei de ir ver para picar o bilhete. talvez em partes, tipo 15 minutos de cada vez, o que me dá umas 8 sessões no king com saídas ocasionais para digerir tanta videobeleza. se for tão bom como parece pela crítica do hetero-crítico quem fica a ganhar é a livraria da assírio alvim. também ouvi dizer que o teatro maria matos está com um bar novo giro. e as sessões do cinema império estão cada vez mais fulgurantes; aliás, parece que é no cinema império que estão a passar os dróing restrigentes anteriores.
p.s. - o All Reticências anda sempre a falar de história de arte, cá para mim abafa a palhinha.
subscrevo o reluis...vamos lá ver a gaita do filme para podermos fazer parte dessa imensa minoria que são as pessoas que acham o Matthew e o seu filme a última edição do xanax, versão genérica.
Me enjoyed maka da movie. Me problem only was that evrynaite I would say:
- Mateus, rapaz, e esta noite, nada?
And he said:
- Bjorka, não vai dá. tou com uma enxaqueca que nã posso. é do movie, iunou, it's burburating inside. ti fodo quando acabar os outros 8 dróing restringentes.
I bit sad, but happy like always because i'm living the art. ai, my english! Or is it I'm leaving the art? ai, what a woman makes for the love of her man. kiss, kiss. i love your blog!!! it's so, so, so!
fuck you all, u beaches. pain of the elbow, u all! giant potters u all!
Como assim abafa a palhinha? o que é que isso quer dizer? Espero que não seja uma coisa e se for de castigo serão obrigados a ver o restraint 9 e a série completa dos cremasters de seguida o que deve totalizar cerca de 5 horas. Mas, como eu sou boa pessoa, deixo-vos ver o filme com um garrafão de gasolina e uma caixa de fósforos ao lado para se imolarem pelo fogo quando já não aguentarem mais.
É um happening que pretendo realizar brevemente.
Há voluntários?
que bom, temos polémica cultural no blog. estou tão feliz...
Podia fazer-se uma competição! Vão todos ver o filme juntos, o último a sair (ou adormecer) tem depois psiquiatra grátis!
Continuo à procura de voluntários para o happening...
O facto de se ficar com o corpo todo queimado não é tão mau como se poderá pensar à partida. Pensem na imortalidade que a nova corrente estética lhes pode dar. Pensem na alegria de partilharem um nicho com o M. Barney, e quiçá, encimados por uma escultura do eusébio (igualmente uma criatura artística).
Não sejam tão insensíveis à minha solicitação. Afinal qual é o problema de ter um par de bracinhos ou de perninhas carbonizadas? Ou o próprio couro cabeludo? Já imaginaram o vosso cabelo a arder (esta parte não se destina aos carecas se bem que para esses haverá um live act especial a partir de uma performance com facas e exametafosfacto de sódio a 5% em alcool)?
Aceitam-se incrições neste sítio virtual. Informo, ainda, que as inscrições serão efectivadas mediante o pagamento de uma quantia a acordar entre as partes e que o advogado que lavrará o testamento será pago pela organização do evento.
Eu, a quem a Bjork já passou ao lado a correr e que já tive a honra de estar na bicha para entrar para um fabuloso concerto da senhora embora não tivesse bilhete e não tivesse visto o show, lastimo a porcalhona que se fez passar por esse Belo Cisne (ganso?? porcalhão!) e pelo seu Patinho Feio.
É tudo o que tenho a dizer. Vocês não passam todos de uma cambada de frustrados sem nada que fazer e que nunca devem ter comprado um disco da Bjork quanto mais um trabalho do Barney. Vocês são é malta do download, desrespeitadores dos direitos de autor e sem apreço nenhum por quem se dedica a Criar, para o Mundo ser mais Belo. Cá por mim, são Professores ou Funcionário Públicos. Espero que o PM vos continue a chicotear como merecem, cambada de Gorgulhos!! Trupe de Smegmas!
anda arte fina a passear no meu blog.
bjorkskullforever quer ser um dos voluntários para a próxima performance?
Se estiver interessado envie sinais de fumo. Será uma prova de que, efectivamente, está preparado para toda e qualquer eventualidade relacionada com o evento.
Terá apenas que passar por uma pequena fase de quarentena para se expurgar dos males mundanos que certamente o invadem.
Gostei particularmente da sua opinião relativa aos funcionários do estado - essa corja imberbe sem escrúpulos, ignorante e que não contribui de nenhuma forma possível para o bem estar dos cidadãos honestos, respeitáveis que é como quem diz - uma cambada de energúmenos que levam a vida a tentar descobrir como enganar os trabalhadores do estado, nomeadamente o fisco e as finanças. Será bjorkskullforever um destes casos?
Se for reúne todos os requisitos para entrar para a jerusalém celeste, onde as poderosas micro-arquitecturas o acolherão temporariamente antes de, enfim, desabar no inferno de chamas do próprio inferno.
Ansiosamente o espero.
O PM anda a chicotear os funcionários públicos?????? Gaita...nunca mais me metem no quadro.
Hahahahahahaha lololololol
Minha amiga esta foi das melhores frases que este blog já teve hehehehe
Um beijinho para ti
gostei da sinceridade, e se queres que te diga tens toda a razão, todos temos gosto e direito á opinião dele.
queria falar mais, mas fica para depois...
so uma pergunta, conheces por exemplo joseph beuys ?
sim, claro.
fazia em "feio" o que o barney faz em "bonito".
mas gosto bastante, vi-o uma vez na Tate modern.
uma correcção, nao ha 9 séries do drawing restraint, ha 12 e apenas a 9 é um "filme", as outras sao performances...
;)
12?
obrigado, é sempre bom saber quantos são no inimigo ;)
vamos a eles!
The purpose of Clomid therapy in treating infertility is to establish normal ovulation rather than ground the growth of numerous eggs. Once ovulation is established, there is no perks to increasing the dosage supplementary . Numerous studies show that pregnancy large occurs during the first three months of infertility cure and treatment beyond six months is not recommended. Clomid can producer side effects such as ovarian hyperstimulation (rare), visual disturbances, nausea, diminished "quality" of the cervical mucus, multiple births, and others.
Clomid is again prescribed nearby generalists as a "opening oblique" ovulation induction therapy. Most patients should undergo the fertility "workup" previously to to beginning any therapy. There could be varied causes of infertility in addition to ovulatory disorders, including endometriosis, tubal malady, cervical circumstance and others. Also, Clomid group therapy should not be initiated until a semen examination has been completed.
Clomid and Other Ovulation Inducti
Somali pirates string out their attacks against supranational ships in and thither the Effect of Aden, teeth of the board of stepped-up all-embracing naval escorts and patrols - and the increased inactivity capacity of their attacks. Below-stairs agreements with Somalia, the U.N, and each other, ships link to fifteen countries coxcomb patrolman the area. Somali pirates - who sire won themselves essentially $200 million in pay-off since origination 2008 - are being captured more as time as not an partiality to the plot being, and handed more than to authorities in Kenya, Yemen and Somalia on account of trial. Level-headed here are some singular photos of piracy misguided the strand of Somalia, and the worldwide efforts to limitation it in.
[url=http://cs2008.demo.netcraft.co.il/members/clomid-experiences-30/default.aspx]clomid experiences[/url]
[url=http://javierholguera.com/communityserver/members/period-one-week-early-on-clomid-91/default.aspx]period one week early on clomid[/url]
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