O primeiro!

O doxo anuncia com muita honra que o arquitecto Sereiva inicia hoje, aqui, uma colaboração regular neste blog.

Inicio hoje uma colaboração regular neste blog.
Aqui.
Na página 1.
Em consciência, tinha que abandonar o Expresso.
Ou, como alguns dizem, o Espesso.
O Expresso já não se conseguia ler.
Carregava-se.
Amontoava-se.
Passeava-se.
Reciclava-se.
Mas não se lia.
O Expresso transformou-se num paquiderme intelectual.
Porquê?
Por causa da falência do modelo editorial.
Porquê?
Porque não souberam aprender a escrever como eu.
Preferiram escrever como o Saramago.
O "Nobel".
O "Nobel" que ninguém percebe o que escreve.
O "Nobel" que ninguém percebe como lhe foi parar.
O "Nobel" que nem sabe fazer parágrafos.
Eu nobelizei o português.
Eu reinventei a escrita.
Eu criei uma nova linguagem.
Uma nova forma de comunicar.
Entre humanos e animais.
O meu estilo, denominado de "paragrafoso" foi leccionado nas Universidades de todo o mundo.
O título da minha crónica "política à portuguesa" foi citado por políticos e por portugueses, mesmo analfabetos.
A palavra "política" passou a ser usada na linguagem quotidiana.
A expressão "à portuguesa" passou a emprestar o nome até a receitas de culinária.
As minhas barbas foram copiadas por todos, de Jorge Coelho (que mais não conseguiu que uma ridícula barba rala e suja) a Osama Bin Laden.
O meu nome deu origem a novos termos na língua portuguesa: "saraivada"; "sarapintado"; "saracotear"; "sarar"; "sarau"; "sarampo".
Uma cidade adoptou o meu nome: Saragoça.
Até inspirei as energias da natureza e o intercâmbio harmónico entre o mundo material e o espiritual (Saravá!).
Não foi sem impôr condições que aceitei escrever neste blog.
Não foi de ânimo leve.
O Carlopod implorou.
Ofereceu-me tudo.
Ofereceu-se todo.
Cedeu em tudo.
Ajoelhou-se.
Humilhou-se.
Rezou.
Rezou-me.

E aqui
estou
EU!